domingo, 30 de agosto de 2009

O primeiro post - o primeiro pensamento

Quando todo o mundo em minha volta diz: tens de ver o meu blog... porque não querer ser como todo o mundo e fazer um para mim?
Sempre adorei escrever, sempre escrevi apenas para mim ou para pessoas mais especiais e sempre considerei a escrita uma forma de libertar o meu pensamento.
Hoje dou por mim, não só preocupado porque tenho dois exames de Biologia Celular e Molecular para fazer como também "vago".
A cada dia que passa, cada molécula muda para uma nova conformação. Os tempos em que era mais jovem e me imaginava eterno acabaram. Tudo parece ter um tempo...tudo parece mudar. Ontem era um simples jovem que abandonou a terrinha em busca de um sonho, deixando para trás amigos que sempre pensei ter presentes na despedida de solteiro, no casamento, nas churrascadas, na minha vida no geral.
Hoje acordo sem o meu primeiro melhor amigo e penso nisso constantemente, acordo sem uma pessoa que admirava bastante e isso incomoda-me, acordo sentindo-me menos inteligente e com medo de não ter sucesso e acordo pensando no futuro.
Penso no futuro onde quem me viu nascer na Egas Moniz será finalista e eu não, num futuro onde doí pensar que não os vou encontrar do meu lado nos corredores, esplanada, bar ou refeitório.
Todos eles são pessoas especiais para mim, mas é esse facto de serem especiais que também me deixa com medo, medo de as perder um dia, de as perder para sempre...
Talvez sempre tenha tido esse medo, acho que lutei tanto pelo que tenho hoje que ainda não acredito que possa ser verdade. Sou um tolo.
Por vezes não sei o que dizer ou pensar e para não variar muito, tenho medo que isso seja o suficiente para os afastar de mim.
Enfim...a vida é confusa... e para não me sentir tão confundido ou estranho, mergulho em trabalho e obrigações. Procuro fazer grandes actividades e acontecimentos, procuro deixar a minha marca, porque por mais mortal que seja, acredito que as marcas possam ser imortais.
As vezes, na escuridão, imagino como seria se tudo fosse diferente... se não tivesse o telemóvel que tanto detesto, se não tivesse a internet que me rouba tempo ou a televisão que me mete a sonhar sempre no final de cada filme.
Pergunto-me se todos pensam como eu? ou se serei apenas diferente, fora do que se considera normal.
No entanto, apesar de toda esta "estranheza" com a qual me autocaracterizo, gosto de ser quem sou, acho que aprendi a viver o eu que sou. Acho que aprendi a suportar percas, desgostos e a solidão momentânea e isso assusta-me, faz-me sentir gelado. Contudo, tão depressa esse gelo derrete e deixo escorrer as lágrimas que acumulei durante tanto tempo.
Procuro tornar-me uma boa pessoa, não deixo que conversas me levem a tomar partidos, procuro factos concretos e detesto quando me sinto enganado ou usado. No entanto, estranhamente aceito, porque não só aprendo com isso como também quem me usou ou enganou, provavelmente terá ficado feliz.
Enfim... acho que está na altura de respirar fundo uma vez mais e procurar enfrentar o mundo dos livros...
Até-já!